A Feira Nova da Pontinha
A feira tem de viver
Essa vos afirmo eu,
Tu nunca verás morrer,
Se morrer vai para o céu:
Foi baptizada ao nascer
Pelo Bispo D. Romeu.
Foi nascido na Pontinha
Uma criança alentada
A mãe só comeu galinha,
Noves meses que andou pejada...
Nasceu gorda, muito linda,
Por ali não falta nada...
Vi na Feria da Pontinha
Panos de todas as cores,
Veio a polícia cá acima,
E guardas e doutores,
Todos a ver a criancinha
E a mãe a gritar com dores...
Na feira cinco pensões
P'ra servir toda a gente:
Com pratos em condições,
Pró freguês sair contente
Mas que grandes refeições
De postas e arroz quente.
A feira ganhou raiz
Há dois dias plantada
E todo o povo já diz:
Temos feira ao pé de casa.
Os que têm maior nariz,
Cheiram a maior pitada...
Uma velha de Vilar
Faz a sua propaganda.
Diz: - P'ra vender e comprar
Não preciso ir á Gandra!...
Do que a gente precisar,
Temos de tudo, caramba!...
Na Pontinha, grande centro,
Vão ser feitas grandes obras
Pelos homens de talento,
São estas as grandes provas;
E daqui por pouco tempo
Não faltarão casas novas.
Manuel José Brandão,
A vender mercearia,
E Manuel Pedro, de Gatão,
Encheram-se nesse dia;
Fizeram um negocião
Por terem do melhor qu'havia.
Até o Senhor Ferreira
Fez negócio excelente,
Comprando ovos na feira,
- E comprava a toda a gente -
E não esvaziou a carteira
Porque a trazia quente...
O Senhor Padre Correia
Também pôs uma pensão.
Tinha sempre a sala cheia
P'ra tomar a refeição
E vinho do que "alumeia"
do melhor da Região.
Na feira havia de tudo
Na sua inauguração
E houve negócio taludo.
Só à noite faltou pão;
Mas os padeiros d'Ul
P'ra Fevereiro já cá estão.
De Rôge e de Macieira
De Junqueira e de Arões
Vêm todos á nova feira
Fazer suas transações.
Vêm da Serra e da Ribeira
De Cambra e de Castelões.
O Senhor Paiva lá estava
E o Senhor Padre Correia,
Que queriam ver livre a estrada
P'ra dar passagem à carreira,
Que vinha sempre carregada
De povo p'ra nova feira.
A feira tem de viver
Essa vos afirmo eu,
Tu nunca verás morrer,
Se morrer vai para o céu:
Foi baptizada ao nascer
Pelo Bispo D. Romeu.
Foi nascido na Pontinha
Uma criança alentada
A mãe só comeu galinha,
Noves meses que andou pejada...
Nasceu gorda, muito linda,
Por ali não falta nada...
Vi na Feria da Pontinha
Panos de todas as cores,
Veio a polícia cá acima,
E guardas e doutores,
Todos a ver a criancinha
E a mãe a gritar com dores...
Na feira cinco pensões
P'ra servir toda a gente:
Com pratos em condições,
Pró freguês sair contente
Mas que grandes refeições
De postas e arroz quente.
A feira ganhou raiz
Há dois dias plantada
E todo o povo já diz:
Temos feira ao pé de casa.
Os que têm maior nariz,
Cheiram a maior pitada...
Uma velha de Vilar
Faz a sua propaganda.
Diz: - P'ra vender e comprar
Não preciso ir á Gandra!...
Do que a gente precisar,
Temos de tudo, caramba!...
Na Pontinha, grande centro,
Vão ser feitas grandes obras
Pelos homens de talento,
São estas as grandes provas;
E daqui por pouco tempo
Não faltarão casas novas.
Manuel José Brandão,
A vender mercearia,
E Manuel Pedro, de Gatão,
Encheram-se nesse dia;
Fizeram um negocião
Por terem do melhor qu'havia.
Até o Senhor Ferreira
Fez negócio excelente,
Comprando ovos na feira,
- E comprava a toda a gente -
E não esvaziou a carteira
Porque a trazia quente...
O Senhor Padre Correia
Também pôs uma pensão.
Tinha sempre a sala cheia
P'ra tomar a refeição
E vinho do que "alumeia"
do melhor da Região.
Na feira havia de tudo
Na sua inauguração
E houve negócio taludo.
Só à noite faltou pão;
Mas os padeiros d'Ul
P'ra Fevereiro já cá estão.
De Rôge e de Macieira
De Junqueira e de Arões
Vêm todos á nova feira
Fazer suas transações.
Vêm da Serra e da Ribeira
De Cambra e de Castelões.
O Senhor Paiva lá estava
E o Senhor Padre Correia,
Que queriam ver livre a estrada
P'ra dar passagem à carreira,
Que vinha sempre carregada
De povo p'ra nova feira.
Viva Cepelos de Cambra!
Viva o velho da semente!
De Junqueira viva a banda
Que agradou a toda a gente!
As velhas dançam o samba
Se for que a feira se aguente.
Da autoria de Albino Filipe Pereira da Póvoa de Junqueira, em 20/01/1954, em estilo de conversa.[2.]
Viva o velho da semente!
De Junqueira viva a banda
Que agradou a toda a gente!
As velhas dançam o samba
Se for que a feira se aguente.
Da autoria de Albino Filipe Pereira da Póvoa de Junqueira, em 20/01/1954, em estilo de conversa.[2.]
Feira dos 16
Inauguração: Conta-nos o Jornal de Cambra, passados quatro dias da inauguração da Feira dos 16 o seguinte:
«Foi invulgar e imprevisto acontecimento nesta freguesia, a inauguração no dia 16 da nova Feira da Pontinha. O sucesso da sua realização ultrapassou tudo quanto imaginariamente era de esperar, mesmo pelas pessoas mais otimistas.(...) Não obstante o largo espaço que ocupava a nova feira, do alto do Cruzeiro á Regadas e da igreja paroquial á residência de Manuel Fernandes de Almeida, todo terreno foi pouco para conter o grande numero de pessoas que naquele local se reuniram, uns para fazer o seu negócio, outros por simples curiosidade.
Fizeram-se na nova feira boas e numerosas transações, especialmente em gado, tanto bovino como suino, vacum, etc. O mercado de mercearia, ferragens, calçado, chapéus e ourivesaria também esteve muito animado. Fazendas e miudezas talves fossem aquelas que menos se venderam devido ao grande numero de concorrentes (...)
Foi excessiva a frequência nas casas de ''comes e bebes". Estiveram sempre á cunha a casa Prata, onde se apreciavam os saborosos rojões e o delecioso vinho de Paiva, a casa Armindo de Pina, a casa Amarela, de Manuel Gonçalves de Sousa, a casa Emídio Dias de Sousa e a casa David Gonçalves de Sousa e Maria Natália, onde se vendia o famoso vinho Zagaia, da Quinta de Vila Nova, propriedade de Adelino Tavares Russo.
A Banda Junqueirense deu entrada no recinto da feira pelas 12 horas executando, com pleno agrado dos ouvintes, durante a tarde, alguns dos melhores números do seu vasto reportório que foram muito apreciados pelos amadores da boa música.
E, para nada faltar até os carteiristas, cuja actuação, por certo, ninguém previa na nova feira, fizeram um bom S. Miguel...
Espera-se que a próxima feira dos 16 de Fevereiro não seja nada inferior á primeira feira de Janeiro.» [3.]
«Foi invulgar e imprevisto acontecimento nesta freguesia, a inauguração no dia 16 da nova Feira da Pontinha. O sucesso da sua realização ultrapassou tudo quanto imaginariamente era de esperar, mesmo pelas pessoas mais otimistas.(...) Não obstante o largo espaço que ocupava a nova feira, do alto do Cruzeiro á Regadas e da igreja paroquial á residência de Manuel Fernandes de Almeida, todo terreno foi pouco para conter o grande numero de pessoas que naquele local se reuniram, uns para fazer o seu negócio, outros por simples curiosidade.
Fizeram-se na nova feira boas e numerosas transações, especialmente em gado, tanto bovino como suino, vacum, etc. O mercado de mercearia, ferragens, calçado, chapéus e ourivesaria também esteve muito animado. Fazendas e miudezas talves fossem aquelas que menos se venderam devido ao grande numero de concorrentes (...)
Foi excessiva a frequência nas casas de ''comes e bebes". Estiveram sempre á cunha a casa Prata, onde se apreciavam os saborosos rojões e o delecioso vinho de Paiva, a casa Armindo de Pina, a casa Amarela, de Manuel Gonçalves de Sousa, a casa Emídio Dias de Sousa e a casa David Gonçalves de Sousa e Maria Natália, onde se vendia o famoso vinho Zagaia, da Quinta de Vila Nova, propriedade de Adelino Tavares Russo.
A Banda Junqueirense deu entrada no recinto da feira pelas 12 horas executando, com pleno agrado dos ouvintes, durante a tarde, alguns dos melhores números do seu vasto reportório que foram muito apreciados pelos amadores da boa música.
E, para nada faltar até os carteiristas, cuja actuação, por certo, ninguém previa na nova feira, fizeram um bom S. Miguel...
Espera-se que a próxima feira dos 16 de Fevereiro não seja nada inferior á primeira feira de Janeiro.» [3.]
[...] a feira mensal dos 16, a nova feira de Cepelos, no lugar da Pontinha, que em princípios de 1954, foi inaugurada para dar apoio à parte interior/serrana do concelho e tinha duas secções:
1) no Largo das Presas e na Estrada para Gatão, organizavam-se as tendas de venda de mercearia e outros produtos de Feira / Marcado, da época;
2) no Largo por trás do Posto do Leite, realizava-se a Feira do Gado, muitíssimo concorrida pelos, na sua maioria, pobres lavradores da região, a ver se faziam algum dinheiro com a venda de gado, e pelos negociantes de gado, muito «lestos» e espertos a (se) aproveitar da ocasião.
1) no Largo das Presas e na Estrada para Gatão, organizavam-se as tendas de venda de mercearia e outros produtos de Feira / Marcado, da época;
2) no Largo por trás do Posto do Leite, realizava-se a Feira do Gado, muitíssimo concorrida pelos, na sua maioria, pobres lavradores da região, a ver se faziam algum dinheiro com a venda de gado, e pelos negociantes de gado, muito «lestos» e espertos a (se) aproveitar da ocasião.
Atingiu alguma notoriedade durante alguns anos nas transacções de géneros alimentícios e gado bovino. [4.]
Publicidade á feira da Pontinha
FEIRA DA PONTINHA
lugar da Pontinha
Feira de Gado Bovino, Suíno, Ovino, Caprino e Cavalar
mercado de frutas, aves e ovos, panos, fazendas e miudezas, ferragens e utensílios domésticos,
peixe, géneros alimentícios, e todos os produtos agrícolas.
POVO do Concelho de Vale de Cambra e Concelhos circunvizinhos!
No vosso próprio interesse vinde até Cepelos, onde com economia de tempo e de dinheiro, encontrareis tudo o que vos é preciso!
Comprar e Vender, eis a ordem.
Á Pontinha, todos os dias 16![5.]
FEIRA DA PONTINHA
lugar da Pontinha
Feira de Gado Bovino, Suíno, Ovino, Caprino e Cavalar
mercado de frutas, aves e ovos, panos, fazendas e miudezas, ferragens e utensílios domésticos,
peixe, géneros alimentícios, e todos os produtos agrícolas.
POVO do Concelho de Vale de Cambra e Concelhos circunvizinhos!
No vosso próprio interesse vinde até Cepelos, onde com economia de tempo e de dinheiro, encontrareis tudo o que vos é preciso!
Comprar e Vender, eis a ordem.
Á Pontinha, todos os dias 16![5.]
A feira por volta de meados da década de 80 já não se realizava, realizou-se porém na década de 90 e 00 algumas reedições da feira, sendo estas apenas simbólicas, não tendo a dimensão das de outrora.
Fontes:
[1.] Fotos: Arquivo Municipal de Vale de Cambra
[2.] In: Vale de Cambra, meio século de imagens, Vol.II-Transportes, Indústria e Comércio - Fotografias da Família Sousa, Maria da Graça Gaspar Mendes de Pinho da Cruz
[2.] In: Vale de Cambra, meio século de imagens, Vol.II-Transportes, Indústria e Comércio - Fotografias da Família Sousa, Maria da Graça Gaspar Mendes de Pinho da Cruz
[3.] O Jornal de Cambra, 30-01-1954
[4.] Vale de Cambra, meio século de imagens, Vol.II-Transportes, Indústria e Comércio - Fotografias da Família Sousa, Maria da Graça Gaspar Mendes de Pinho da Cruz, e, Tabelião de Cepelos, etc. saga dos 'Alcouces', Barreiros & Compª Lda.
[5.] Ecos do Povo, nº5
bom trabalho marcelo; sempre que puderes conta-nos ou relembra-nos mais coisas de cepelos; por minha parte, obrigado
ResponderExcluirObrigado!
ResponderExcluirAssim farei.
Abc
Porreiro Marcelo...Continua com o ótimo trabalho que estás a fazer.
ResponderExcluirObrigado.
ResponderExcluirAbc
Parabéns pelo belo trabalho aqui feito Marcelo.
ResponderExcluirAbraço
Obrigado!
ResponderExcluirAbc