16 abril 2009

Joshua Benoliel

...rei dos fotógrafos e fotógrafo de reis.

Nasceu em Lisboa, a 13 de Janeiro de 1873;
e morreu no mesmo local em 3 de Fevereiro de 1932.



«Jornalista e fotógrafo português, descendente de uma família hebraica estabelecida em Cabo Verde. Foi praticamente o criador em Portugal da reportagem fotográfica. Fez a cobertura jornalística dos grandes acontecimentos da sua época, acompanhando os Reis D. Carlos e D. Manuel nas suas viagens ao estrangeiro, assim como a Revolução de 1910, as revoltas monárquicas durante a República, assim como exército português que combateu na Flandres durante a Primeira Guerra Mundial. As suas fotografias caracterizam-se pelo intimismo e humanismo com que abordava os temas.

Trabalhou sobretudo para o jornal diário de Lisboa Século e para a revista ilustrada publicada pelo mesmo jornal Ilustração Portuguesa, de 1906 a 1918 e de 1924 até à sua morte, mas também para o Ocidente e o Panorama. A Ilustração a partir de 1906, com o aparecimento da 2.ª série, e sob a direcção de Silva Graça, deu um grande impulso ao foto-jornalismo.

Publicou, com prefácio de Rocha Martins, o Arquivo Gráfico da Vida Portuguesa, obra em fascículos ilustrada com fotografias de 1903 a 1918.»


Fonte:Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. 3.




«Na esparsa e episódica história da fotografia Portuguesa, Joshua Benoliel ficaria conhecido pela limitada metáfora de rei dos fotógrafos e fotógrafo de reis. (...)
Benoliel viveu e fotografou uma época que se confronta com a persistência dos valores do passado e com as rupturas do início da Modernidade, mas o seu trabalho ficou confinado a uma concepção jornalística inovadora, sem que a importância e relevância do mesmo pudesse ser interpretada e incluída nas reflexões estéticas, sociais, culturais e artísticas dessa Modernidade.
Todo o trabalho de Benoliel permanece, na verdade, desconhecido, já que tem sido insistentemente visto, analisado e até estudado sob a perspectiva de álbum de curiosidades e costumes da vida Portuguesa na viragem do século, e de explicação da sociedade através das imagens. O que persistiu das suas imagens foi o reconhecimento dos lugares, dos ambientes, dos factos, não a análise profunda e comparada da sua produção (...) e reflexo da particularidade do seu olhar fotográfico, numa geração subsequente de foto-repórteres (...).
Benoliel é um fotógrafo do novo conceito de princípio de século -urbanidade- onde o cidadão comum está na fotografia, construindo-se deste modo o primeiro indício de memória colectiva, na qual esse cidadão revê também a sua memória privada, o seu microcosmos de acontecimento. (...)"»

Fonte: Emília Tavares IN: "Joshua Benoliel 1873-1932" (Livro/Catálogo da exposição que decorreu na Cordoaria Nacional, em Lisboa, de 18 de Maio a 21 de Agosto de 2005).


Benoliel e Garcez (ver post "Arnaldo Garcez") foram duas grandes figuras na Fotografia em Portugal pelo que o seu trabalho não poderá ser esquecido.

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