27 setembro 2009

Esquadrilha Lafayette

A história do Esquadrão Lafayette é a história de um dos mais desconhecidos, mas mais gloriosos episódios da Primeira Guerra Mundial. Em agosto de 1914, quando rebentou a guerra entre a França e a Alemanha, muitos cidadãos americanos residiam em França. Muitos deles vieram de famílias ricas, que viviam uma vida de luxo, que participavam em competições com os seus iates ou aviões. Uma declaração do escritor suíço Blaise Cendrars, apareceu no jornal francês "LeFigaro", convidando todos os residentes estrangeiros para se alistar no exército francês.

Todos aqueles jovens aventureiros americanos estavam prontos para lutar pela França a fim de defender a sua liberdade. Mas nem tudo foi tão simples como parecia. Os Estados Unidos não estavam envolvidos na guerra contra a Alemanha e qualquer cidadão americano servindo num exército estrangeiro perderia os seus direitos constitucionais e de cidadania. Os jovens decidiram fazer uma visita ao Embaixador dos Estados unidos em Paris, onde encontraram uma solução em que eles deveriam se alistar na Legião Estrangeira Francesa ou no Corpo de Ambulâncias. Dito e feito.

Inicialmente chamado "Escadrille l'an Américaine", o nome foi mudado para l'Escadrille La Fayette na sequência de um protesto diplomático alemão ao Governo dos estados Unidos da América. Dois oficiais franceses, o capitãoThenault e o tenente Alfred de Laage de Meux foram nomeados para comandar os sete americanos selecionados. Eram eles: Prince, Thaw e Cowdin, Victor Chapman,Kiffin Rockwell, James McConnell e Bert Hall.
A nova esquadra foi organizada em Luxeuil-les-Bains perto da frente de combate no sopé das montanhas de Vosges.

A primeira vitória do Esquadrão foi ganha por Kiffin Rockwell, em 20 de Maio de 1916 onde ele abateu um avião de observação alemão de dois lugares ao pé da Hartmanns-willerkopf, na Alsácia. O esquadrão foi, então, condenado a Verdun a mais violenta batalha da guerra.

Durante 1916 e 1917, outros voluntários americanos continuaram a chegar, de modo que, apesar das perdas, as fileiras do La Fayette Escadrille nunca foram esgotados. O transbordamento do recém-formados pilotos americanos foi enviado para outras unidades francês. Como resultado, o La Fayette Escadrille tornou-se parte de uma organização muito maior chamado Lafayette Flying Corps.

Em agosto de 1917, o La Fayette Escadrille ganhou quatro Legiões de Honra, sete Medailles Militaire e trinta e uma citações, cada um acompanhado por uma citação Croix de Guerre. Pilotos americanos em outros esquadrões também foram ganhando a sua quota de medalhas.

A esquadrilha tinha uma reputação de ousadia, imprudência, e uma atmosfera de festa. Dois filhotes de leão, chamado "Whiskey" e "Soda", foram feitas mascotes do esquadrão.

A La Fayette Escadrille deixou de existir em 18 de Fevereiro de 1918, quando se tornou o primeiro esquadrão de busca norte-americano, "S103". Este manteve os aviões francês e a mecânica. Dos 265 voluntários americanos na Força Aérea Francesa 225 receberam asas de voo e voaram em 180 missões de combate na frente da batalha de uniforme francês. Cinquenta e um morreram em acção, seis morreram em acidentes de formação e mais seis morreram de doença. Os pilotos americanos foram creditados com noventa e nove vitórias aéreas.

Cartoons publicados pela Hall of Fame of the Air na década de 30 demonstrando as façanhas dos pilotos americanos durante a I Guerra Mundial

(clicar para ampliar)



Na fotografia:
"A Esquadrilha Lafayette combate de novo nos ares da Tunisia. O general de Divisão Carlos Spantz (ao centro) falando com dois oficiais franceses da famosa Esquadrilha"




Filme FLYBOYS (trailer) que retrata alguns aspectos da Esquadrilha Lafayette





20 setembro 2009

Diário de Campanha - Primeira Guerra Mundial



DIARIO DE CAMPANHA

Do Capitão X...


«Terça-feira, 1 de Maio. - Esta manhã, sou acordado em sobresalto na mess de officiaes inglezes, onde fui aboletado e acolhido com a mais idalga gentileza, pelas detonações precipitadas de uma bateria proxima. Na soleira da porta um grupo de alferes e tenentes britanicos miram o ceu azul sem uma nuvem. Um aeroplano allemão segue por cima das nossas linhas. No ar, em volta d'êle e sem ó atingirem, estalam granadas. Elle passa. Dez minutos depois deslisa a toda a velocidade, n'uma estrada perto, uma bateria automovel de anti-aeros, a que deixou escapar a presa. Vamos ter novidade.

Pelo meio dia a brigada ingleza a que a minha companhia está adida communica-me que devemos estar formados ao cahir da tarde sobre a estrada e em pequenos grupos para seguirmos para as trincheiras. Pouco antes da hora marcada a estrada que havemos de seguir, começa a ser bombardeada com violencia. Consequencia das informações recolhidas de manhã pelo laube. Chega-nos a todo galope da sua mula um chefe de carro a communicar-nos que uma granada atingiu as viaturas que seguiam para o parque de transportes. Um morto, dois feridos de outra companhia portugueza que partilha o nosso acantonamento e hade partilhar o nosso sector. Começo a dividir e a ordenar a minha gente. Continua o fogo de barragem allemão. A noite vae cahindo e aproxima-se a hora. Surge de automovel uma banda de musica ingleza e, quando os primeiros grupos se põem em marcha pela estrada bombardeada, rompe a Portuguêsa.
Momento impressionante, Officiaes e soldados inglezes veem desejar-nos boa sorte.

Os grupos marcham espaçados, mantendo as distancias, condusidos por guias Inglezes. Um pouco antes da barragem cortamos pelo campo perpendicularmente á estrada e vamos atingir uma outra paralela. Vêem-se estalar as granadas perto e, á luz poente, nos campos e sob a metralha, continuam a sua faina agricola os habitantes que ainda permanecem n'esta região. Um grande cavallo preto arrasta um arado sobre o qual se senta, tranquilamente cachimbando, um velho de cabellos brancos. Na estrada junto de nós passam carros de aprovisionamento. À nossa esquerda uma bateria, escondida n'um arvoredo, riposta ao fogo allemão. A certa altura fazemos alto para colocar em posição as mascaras contra os gazes asphixiantes. Continuamos a marcha e não tarda que deixemos a estrada para seguir um caminho coberto á margem d'ela. Estamos já na terceira linha ingleza e vamos calcando as passadeiras de madeira de que havemos de calcar kilometros. Tornamos a atravessar a estrada e entramos finalmente n'uma trincheira de communicação. E então uma longa, interminável marcha n'um corredor onde só cabemos a um de fundo e que de cinco em cinco metros muda de direcção. De quando em quando a trincheira alarga e tem uma banqueta. Outras vezes descobre-se a abertura de um abrigo. O sol dos ultimos dias ainda não secou toda a água do Inverno e na escuridão succede fugir-nos um pé da passadeira e enterrarmo-nos na lama até ao tornozelo. Passam alguns ratos galopando assustados. Sobre as nossas cabeças o ceu é cheio de estrellas e, em volta de nós, as espingardas automáticas e as metralhadoras, procuram com o seu tiro indirecto ir apanhar nos caminhos descobertos, a esta hora classiea de render serviços, os grupos de homens passam por acaso. Estamos chegando á segunda linha e ahi os grupos vão ficando distribuidos pelos abrigos e pelos postos inglezes. Um dos meus pelotões segue para a primeira linha. Mais trincheiras sempre eguaes.

Um sargento inglez, a certa altura, detem-me e com um gesto diz-me na mesela de inglez e mau francez, que é o nosso idioma n'estas paragens:
- « Captain ! Promenade avec moi...
Sigo-o. Caminha-mos dez minutos ainda. Chegamos a um terrapleno. Cortámos á esquina de uma rua - Hun's Street - e paramos defronte de um abrigo que tem uma taboleta á porta: Comanding officer. Estou no posto de comando. Baixo-me para entrar. À luz das velas, dentro d'um casinhoto de tres metros de largo por outros tantos de fundo, dois olhos claros me sorriem n'uma face rosada e moça, uma mão solida se estende para a minha e uma voz alegre com um forte sotaque sauda-me:
- « Bonsoir, Monsieur.
E o captain G... de um regimento que usa o nome de duas bellas cidades inglezas. Falla a very litlle de francez. Eu fallo outro tanto de inglez. Havemos de nos entender perfeitamente. N'um canto da caverna está dobrado em varias partes para poder caber o alferes R... O capitão tem vinte e quatro annos. O alferes vinte e um. Ambos dois annos de guerra e presentes no Somme o anno passado. Perguntam-me se jantei. Passados cinco minutos estou jantando. Apenas corta o silencio de vez em quando o tie-tae seco das espingardas e das metralhadoras. Conversamos. È a primeira vez que o capitain G... tem tropas portuguezas no seu sector de companhia. Explica-me que os meus homens já estão todos distribuidos pelos varios postos e que farão todo o serviço dos soldados inglezes. Tomado o chá e acêso um cigarro, peço para percorrer as trincheiras e ver a minha gente.

È cedo ainda: a ronda do capitão começa á meia noite e são onze se tanto. Examino então no mapa das trincheiras a disposição do sector e o meu camarada explica-me a posição dos postos especiaes, o raio de acção dos postos de observação, o campo das nossa metralhadoras. O chão que pisamos é historico. Em*** travou-se n'este local uma grande batalha. As nossas trincheiras serpenteiam atravez das ruinas do que foi uma pequena e linda cidade da qual não restam senão montes de pedra e de tijolo e algumas paredes ainda de pé, onde se organisaram abrigos e postos.
Chegou a meia noite. Sahimos e começamos a caminhar, a caminhar. De longe em longe, taboletas. As trincheiras tem nomes, alguns mesmo illustres, muito illustres: Oxford-street, por exemplo. Cortamos a Churche-road, ao Caminho da Egreja. Da egreja da cidade resta apenas um monte de escombros e um Christo que já andou em illustrações e magazines. Alguns santos, uma virgem, estão postos sobre campas de soldados inglezes. No que talvez tivesse sido uma capela florida, está um ninho de metralhadoras. Subo ás escuras os degraus d'uma escada de mão. Sobre o cano negro das armas desbruça-se a vigilancia dos serventes e por uma estreita abertura ve-se o campo mutio claro e lá adeante, a cem metros se tanto, a linha de trincheiras allemãs. Outras vidas alli palpitam, outros olhos nos espiam e nos esperam.

Para a nossa direira erepita uma espingarda automatica. Retumba um obus de trincheira. Ouve-se o silvo muito especial da granada. Cahiu perto, muito perto, na nossa primeira linha, diz-me o capitão. Esperamos. Outras detonações, sete n'um quarto de hora. Algum signal tiveram na trinchiera fronteira que lhes indicou um objectivo. Prosseguimos. Passamos a um posto de observação; um dos meus soldados espreita pelo periscopio emquanto um soldado inglez sorri. Colhemos informções. As granadas cahiram mais adeante. Continuamos. Espreito nos abrigos. Os meus homens lá estão e nos que não cabe a vigilancia, esses dormem tranquilamente ao lado dos seus camaradas. Cruzamos mais adeante fachinas inglezes e portuguezes condusindo chá quente, Indago. Andaram debaixo do fogo. Chegamos finalmente ao ponto bombardeado.

Um tenente de ronda conta que as granadas cahiram em volta. Uma acertou n'um charco alli visinho e encgeu-o de lama. Mostra-nos o seu uniforme todo salpicado.
Pergunto que tal se portaram os meus soldados adidos ao posto.
- « Splendid ! Very well ! No panie...
Entrevisto a minha gente.
- « Ah ! meu capitão ! Elles mandaram ahi umas garrafas de litro; mas cá a gente não cortou prego...
A quem ignore o portuguez da zona guerra, direi que os projecteis são dividos conforme o tamanho em barris de almude, garrafas de litro e copas de meio litro. Cortar prego é ter medo.
Sorrio satisfeito. É a primeira vez que os meus soldados, como eu de resto, estamos tão em contacto com o perigo. A experiencia é satisfatoria.
O capitão segue de mãos nos bolsos e cachimbo na bocca.
A certa altura pergunta-me se quero sahir da trincheira e ir fora do parapeito a um posto de observação collocado n'umas ruinas. Respondo-lhe que irei onde êle fôr. Caminhamos atravez da noite clara uns trinta passos.

Dois homens apenas cabem no abrigo que só é ocupado de noite. Espreitamos pela vigia. Na nossa frente temos um bosque, cuja historia singular e tétrica o capitão me conta com toda a sua fleugma. Voltarmos para as trincheiras e, apoz duas horas e meia de marcha, tendo pisado kilometros de passadeira, conversado varias vezes sentados a descançar sobre banquetas desertas, regressamos ao posto de commando. Ha duas camas: rectangulos de madeira sobre os quaes se estendeu rede de arame e que assentam a tres palmos do chão sobre caixotes.
Deito sobre mim o meu capote, o capitão enfia-se no saco da sua valise, apagam-se as velas depois de uns goles de whisky e adormeço d'alli a pouco, admirado de ter somno.»



PORTUGAL NA GUERRA - Revista Quinzenal Ilustrada
nº 1 - 1 de Junho de 1917; Colunista Capitão X, que por motivos óbvios mantém sigilosa a sua identificação

18 setembro 2009

Cartoons - Líderes mundiais

Joseph Stalin
1879-1953


Joseph Estaline foi uma das figuras mais influentes do século XX. Nascido na Geórgia, juntou-se aos bolcheviques, e depois da morte de Lenin, em 1924 tornou-se líder da União Soviética. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, assinou um pacto com Hitler, dividindo a Polónia entre si, mas depois que Hitler atacou a União Soviética, em 1941, juntou-se aos Aliados. Após a guerra, a Europa Oriental estava sob o seu controle até a sua morte em 1953.

Esta caricatura foi publicada durante a ponte aérea de Berlim.

Nikita Khrushchev
1894-1971

Nascido em 1894, Khrushchev tornou-se primeiro secretário do Partido Comunista Soviético após a morte de Estaline em 1953. Sobreviveu a vários golpes, líder da União Soviética durante a Crise dos Mísseis de Cuba, durante a construção do Muro de Berlim, o envio do primeiro homem no espaço. Foi deposto em 1964, e morreu em 1971.
Este cartoon mostra Khrushchev andando sobre o muro de Berlim, com uma bomba de hidrogénio na cabeça.

Charles de Gaulle
1890-1970

Filho de um professor, de Gaulle juntou-se ao exército e lutou durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1940 havia-se tornado oficial superior, e foi feito Ministro da Guerra. Após a queda da França, levou o governo da França Livre para o Reino Unido, e quando a libertação da França, tornou-se chefe do governo 1945-1946. Foi nomeado primeiro-ministro em Abril de 1958, e nesse mesmo ano foi eleito presidente, cargo que ocupou até 1969.

Esta caricatura refere-se á posição de De Gaulle contra os comunistas, na França.

Winston Churchill
1874-1965

Winston Churchill serviu no exército até 1899, quando se tornou jornalista. Foi eleito para o Parlamento como um conservador em 1900, mas em 1908 desertou para os liberais. Realizou diversos trabalhos no governo até 1922, quando perdeu o seu lugar, então, retornou para os conservadores e voltou ao Parlamento dois anos depois. Em 1940, foi nomeado primeiro-ministro após a renúncia de Chamberlain, e conduziu Grã-Bretanha através da Segunda Guerra Mundial. Perdeu as eleição de 1945, mas voltou como primeiro-ministro entre 1951 e 1955.

Esta caricatura refere-se à eleição geral de 1945.

Franklin Roosevelt
1882-1945

Primo em quinto grau do presidente Theodore Roosevelt, Franklin Delano Roosevelt, ou FDR, foi eleito para o Estado de Nova York no Senado em 1910. Sofria de poliomielite, mas recuperou-se e foi eleito como governador do Estado de Nova York em 1928. Roosevelt ofereceu algo diferente para os eleitores americanos durante a Grande Depressão, e foi eleito como presidente em 1932. Tornou-se famoso pelo New Deal, um programa que oferecia segurança social e assistência para a indústria durante os tempos difíceis. Foi reeleito 3 vezes e no início da Segunda Guerra Mundial, ofereceu ajuda à Inglaterra e juntou-se aos aliados depois de Pearl Harbor em 1941. Morreu no escritório, poucas semanas antes do fim da guerra na Europa, em 1945.

Esta caricatura faz referência à Convenção Democrata em Chicago, onde os manifestantes convenceram Roosevelt a correr para um terceiro mandato.

Harry Truman
1884-1972

Truman assumiu a presidência do E.U.A. após a morte de Roosevelt em 1945. Foi o responsável pela decisão de largar as bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki, e ele teve um papel de liderança na criação da Organização das Nações Unidas. Ele desenvolveu políticas semelhantes às de Roosevelt, o Fair Deal, para regular a economia, e foi fundamental na elaboração do pacote de ajuda à Europa, conhecido como Plano Marshall. Eleito em 1948, foi presidente no momento do transporte aéreo de Berlim.

Esta caricatura faz referência ao Plano Marshall de ajuda económica à Europa.

Dwight D Eisenhower
1890-1969

Eisenhower, ou "Ike", foi eleito Presidente da E.U.A. em 1953, após uma longa e distinta carreira como general do exército durante a Segunda Guerra Mundial. Ele liderou a E.U.A. durante alguns dos períodos mais difíceis da Guerra Fria, trabalhou para uma trégua na Guerra da Coreia. Foi reeleito em 1956, e serviu até 1961, mas o seu segundo mandato foi marcado por problemas raciais. Chamou a Guarda Nacional para escoltar as crianças negras à escola em alguns estados.

Esta caricatura refere-se a tensão EUA-União Soviética.

John F Kennedy
1917-1963

Depois de servir na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, JFK foi eleito senador em 1953. Lutou numa campanha dura contra Nixon para ganhar a Presidência dos E.U.A. com uma pequena maioria na eleição de 1960. Principal objectivo era difundir o idealismo americano em todo o mundo, e era um forte defensor dos direitos civis. Enfrentou Kruschev durante a Crise dos Mísseis de Cuba, e incentivou o programa espacial, mas fez um erro de cálculo, permitindo que os exilados cubanos tentassem derrubar Fidel numa missão que falhou. Foi assassinado em Dallas, Texas, em 1963.

Esta caricatura refere-se à falha da invasão da Baía dos Porcos, quando exilados cubanos tentaram derrubar Castro com o apoio de Kennedy.


Mao Zedong
1893-1976

Mao tornou-se líder da China, em 1949, após uma longa guerra civil que terminou na derrota do governo de Chaing Kai-shek, que depois se retirou para a ilha de Formosa. Mao teve uma relação variada, com o seu vizinho comunista, a União Soviética, que se agravou no final da década de 1950. Modernizou a China através de uma série de planos quinquenais. Presidiu a Revolução Cultural na década de 1960, e viu a melhorias nas relações com o E.U.A. durante a década de 1970

Esta banda desenhada demonstra as tensões ao longo da fronteira entre a China e a Índia.
Fonte: National Library of Wales

17 setembro 2009

The Beatles on Record

Em 1962, um grupo desconhecido de Liverpool entrou nos Abbey Road Studios para gravar o seu primeiro single. Durante os próximos oito anos, eles criaram o que é indiscutivelmente considerada a maior colecção de gravações de estúdio do século XX.

Este filme relata a extraordinária viagem dos Beatles de Please Please Me à Abbey Road e reflecte como se desenvolveram como músicos, compositores e como amadureceram criando musicas intemporais.

Narrado inteiramente por John, Paul, George e Ringo e Sir George Martin, o documentário apresenta imagens raras e fotos dos arquivos dos Beatles, músicas e conversas de estúdio das sessões de gravação Abbey Road nunca ouvidas até agora. Com a qualidade da BBC.














Portugal - Segunda Guerra Mundial III

Salazar interferiu nas emissões da BBC para Portugal

«As notícias sobre a resistência russa não chegavam, a palavra democracia era proibida e um jornalista chegou a ser afastado, situações que provam que Salazar interferiu na linha editorial das emissões para Portugal da BBC, segundo uma tese de doutoramento.

"O Estado Novo e, portanto, Salazar pessoalmente, tentou, e conseguiu em alguns casos, interferir na linha editorial da BBC de várias formas", sustenta Nelson Ribeiro, Director de Programação da Rádio Renascença, professor universitário e autor da tese "Radio Broadcasting in Portugal during World War II".

Para o sustentar, Nelson Ribeiro apresenta vários "episódios" na tese que concluiu recentemente na Universidade de Lincoln (Reino Unido) e sobre a qual falou à Lusa.

O caso "mais emblemático" ocorre em 1941, com o despedimento de Armando Cortesão, exilado em Londres e ao serviço da secção portuguesa da BBC. Salazar insurge-se contra a hipótese de aquele vir a chefiar a secção e ordena à censura portuguesa que corte "todas as notícias" da estação, "o que coloca a propaganda britânica em Portugal quase ao nível zero".

"As outras influências eram um pouco mais subtis", compara o autor, nomeando que houve "pressões diplomáticas" para não se "falar sobre o papel da União Soviética na Guerra". Também a democracia era "assunto tabu nas emissões da BBC para Portugal até 1944".

Outro estragema foi usado quando do surto grevista de 1944 em Portugal: a BBC noticiou-o, mas citando o Diário da Manhã, jornal oficioso do regime, que desvalorizava o protesto. Há uma "preocupação não de esconder a informação mas de a transmitir de forma a que as relações com o Estado Novo não fossem postas em causa", avalia.

Mas que interesse tinham os ingleses nisso? Era "muito importante para os aliados que Portugal se mantivesse neutro", destaca Nelson Ribeiro. Londres tinha, por isso, "muito interesse em conseguir fazer a sua propaganda em Portugal e Salazar sabia disso".

"Mesmo nos momentos mais delicados [como o das exportações de volfrâmio para a Alemanha], a BBC nunca atacou directamente" a ditadura portuguesa, mantendo um "clima de simpatia" com o Estado Novo, que se traduziu até em "elogios do trabalho que era feito por Salazar".

Tal situação chegou a motivar "cartas de ouvintes portugueses a protestarem", pois "davam-se ao trabalho" de comparar as emissões em português, iniciadas em Junho de 1939, com as outras emissões estrangeiras.

Salazar "também tratava relativamente bem a BBC", defende o autor. Durante os primeiros seis meses de emissão, "a Emissora Nacional retransmitia, nas suas próprias emissões, a posteriori, o noticiário da secção portuguesa".

"A rádio portuguesa tinha pouca informação, muito atrasada e muito censurada" e "a ideia que as pessoas têm sobre as emissões para Portugal da BBC é de que eram totalmente credíveis, objectivas e independentes", salienta.

Claro que Nelson Ribeiro não concluiu "exactamente o oposto". "De todas as fontes de informação que existiam em Portugal durante a Guerra, não há dúvida nenhuma de que a BBC era a que transmitia informação mais objectiva. Mas não é verdade que não tivesse que assumir uma série de compromissos de forma a estar alinhada com a política do Foreign Office [diplomacia britânica] e esta era, antes de mais, não afrontar o Estado Novo", sustenta.»

Fonte: Diário de Noticias


16 setembro 2009

Portugal - Segunda Guerra Mundial II

Lisboa esteve no centro da espionagem


«Não é segredo que Lisboa esteve no centro da espionagem durante a Segunda Guerra Mundial, mas os agentes secretos ingleses, alemães, italianos, japoneses e norte-americanos agiam igualmente fora do continente e nos territórios lusófonos.

A historiadora Irene Pimentel, num artigo intitulado Lisboa, capital europeia da espionagem, refere que o seu colega norte-americano Douglas Wheeler descreveu Portugal durante a guerra como spyland (país de espiões).

O autor de livros sobre espionagem Nigel West, pseudónimo do historiador britânico e antigo deputado Rupert Allason, escreve que «Lisboa foi um dos grandes centros de espionagem da Segunda Grande Guerra».

E explica: «a sua localização geográfica (o facto de não estar cercada por terra como as capitais neutrais de Madrid ou Berna) fez dela uma encruzilhada dos caminhos internacionais».

Num prefácio ao livro O diário secreto que Salazar não leu, do jornalista Rui Araújo, Nigel West descreve a «atmosfera de intriga» na capital portuguesa, como «os profissionais de informações de diversos países conspiravam para se prejudicarem mutuamente, semeando falsas informações, recrutando desertores, buscando fontes e mobilizando agentes duplos».

Rui Araújo, a escrever um segundo livro sobre o tema da espionagem em território português durante a Segunda Guerra Mundial, disse à agência Lusa que Lisboa era local «de contactos, negociatas, raptos, mas também 'manobras de desinformação'» e, neste caso, era importante o papel da portuguesa Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE, antecessora da PIDE).

O jornalista afirmou que «pessoas influentes da PVDE chegaram a ser alvo de 'operações de manipulação' por parte dos serviços norte-americanos (os antecessores da CIA)».

«Os serviços secretos japoneses estavam igualmente em Portugal e eram muito activos, tinham uma relação privilegiada com o capitão Agostinho Lourenço (director da PVDE na época da Segunda Guerra e primeiro director da PIDE), que também terá recebido dinheiro dos serviços secretos alemães», adiantou.

Segundo Rui Araújo, «no final da Segunda Guerra, Aliados e Eixo tinham agentes em todos os territórios portugueses, com excepção da Guiné e Goa».

«O simples número de agências que actuavam em Lisboa vale como um indicador da importância da cidade para os serviços de informações britânicos», indica Nigel West, que fala dos serviços secretos de informações, de fugas e evasões, de operações especiais e de contra-espionagem.

Nigel West considera também que «a dimensão da espionagem nazi desenvolvida em Lisboa não tinha comparação com a de qualquer outra capital neutral e só talvez Madrid se lhe pudesse aproximar».

Irene Pimentel refere «o opositor anti-nazi alemão Berthold Salomon Jacob, raptado pela Gestapo na baixa lisboeta, no Verão ou Outono de 1941», bem como «o rapto (em Lisboa, em 1944) e o envio para a Alemanha do oficial alemão da Abwehr (serviço secreto do Alto Comando Militar Alemão), Johann Jebsen, que terá colaborado com uma rede de agentes duplos jugoslavos (…), desde o Verão de 1943».

A historiadora indica ainda hotéis em Lisboa e na zona de Cascais onde se alojavam ou encontravam espiões de cada um dos lados em conflito.

«O Tivoli, hotel de luxo, situado na Praça dos Restauradores, tinha mesmo, no 4.º andar, um corredor que ligava directamente ao cais dos comboios da estação do Rossio, para possibilitar a chegada incógnita e sem controlo policial de personalidades importantes e espiões», explica Irene Pimentel.

Considerados pró-britânicos eram o Hotel Metrópole e o Aviz, em Lisboa, enquanto na linha de Cascais o Grande Hotel da Itália e o Hotel Palácio eram os preferidos dos Aliados.

No Hotel Palácio estiveram alojados, segundo Irene Pimentel, o «conhecido agente triplo Dusko Popov ('Triciclo')» - que também esteve instalado no Aviz -, o agente duplo Juan Pujol ('Garbo') e Nubar Gulbenkian, filho de Calouste Gulbenkian, que «trabalhou para os serviços secretos britânicos».

A historiadora adianta que Harold 'Kim' Philby - um dos mais famosos espiões do século XX que desertou para a União Soviética em 1963 após uma carreira nos serviços secretos britânicos -, Ian Fleming, criador de James Bond, e o escritor Graham Greene (O nosso agente em Havana, O fim da Aventura) passaram também pelos hotéis da zona do Estoril.»


Fonte: SOL


Portugal - Segunda Guerra Mundial

Cronologia de acontecimentos relevantes para Portugal


«1939
17/03 - Salazar e Franco celebram o Pacto Ibérico, Tratado de Amizade e Não Agressão.
14/04 - O governo português recusa o convite da Itália para se juntar ao Pacto Anti-Komintern


01/09 - Começa a II Guerra Mundial, com a invasão alemã da Polónia.

02/09 - O governo reafirma a posição de neutralidade de Portugal na guerra através da Nota Oficiosa da Neutralidade Portuguesa no Conflito Europeu.

14/12 - O Decreto-Lei n.º 30.137 atribui ao governo, às estruturas corporativas e aos organismos de coordenação económica competências alargadas em matéria de fixação de preços e definição de quotas de distribuição de alguns produtos a importar ou destinados à exportação.

1940

- Cerca de 100 000 jrefugiados, na maioria judeus, conseguiram chegar à Península Ibérica. Espanha acolheu um número limitado de refugiados e logo em seguida enviou-os para o porto de Lisboa. Da capital portuguesa milhares de refugiados conseguiram embarcar rumo aos Estados Unidos entre 1940 e 1941. Há 59 anos dezenas de crianças austríacas foram salvas ao serem enviadas para Portugal onde cresceram em famílias de acolhimento.

06 e 07/06 - A Alemanha invade França. A posição da Península Ibérica, nomeadamente de Portugal, altera-se radicalmente com a possibilidade de lançamento da «Operação Félix» (invasão de Espanha e, caso necessário, Portugal para conquistar Gibraltar).

12/06 - É divulgada a declaração conjunta de neutralidade dos governos português e espanhol, sendo afirmado pelo governo de Salazar a «estrita neutralidade» de Portugal.

29/06 - O governo português temendo a independência da metrópole face à «Operação Félix» consegue fazer com que Espanha assine um protocolo adicional ao Tratado de Não Agressão.

Dezembro - Iniciam-se negociações militares para assegurar a protecção e o apoio inglês a um plano de retirada do governo português para os Açores em caso de um ataque alemão ou espanhol.

1941

11/07 - A Legião Portuguesa congratula-se com a invasão da URSS pela Alemanha em 22 de Junho. Estreitam-se os laços económicos com a Alemanha.

04/12 - Depois do ataque japonês a Pearl Harbour, os Estados Unidos declaram guerra contra as potências do Eixo e criam uma nova ameaça a Portugal porque o presidente norte americano considerou a opção da invasão de Portugal e seus territórios insulares. Salazar responde com um protesto e dá ordens para que as tropas portuguesas respondam a qualquer ataque. Roosevelt acaba por pedir desculpa a Portugal.

1942

31/03 - Bloqueio económico imposto pelos Aliados provoca racionamento de bens essenciais. Salazar é obrigado a aceitar negociar, no verão de 1942, um acordo comercial de guerra nos termos impostos pela Grã-Bretanha.

Out./Nov. - Forte surto grevista na Grande Lisboa.

1943

31/01 - O marechal Friedrich von Paulus capitula em Estalinegrado.

Maio - A Tunísia cai para os aliados. A Inglaterra solicita ao governo português autorização para a permanência aliada nos Açores, para o abastecimento de aviões provenientes da América. O pedido é acompanhado da ameaça de uma invasão do arquipélago em caso de recusa.

17/08 - É assinado o acordo em que Portugal se compromete a ceder a base das Lajes nos Açores, bem como providenciar o reabastecimento dos navios ingleses. O acordo fica dependente do compromisso assumido pelo Governo Britânico de prestar ao Governo Português apoio e auxílio militar no caso de ataque.

Os EUA que não estavam incluídos neste acordo querem ter os mesmos benefícios. Salazar aceita e estabelece que os EUA devem construir um aeroporto na Ilha de Santa Maria, mas que essas instalações passariam para a propriedade do Estado português no final da guerra.

De 1941 a Janeiro de 1944 a disputa pelo volfrâmio foi uma questão essencial. A Grã-Bretanha dominava a maior parte da produção do minério em Portugal. O embaixador britânico apresenta em Lisboa uma exigência de embargo à exportação de volfrâmio para a Alemanha. Salazar resiste enquanto pode perante a pressão dos aliados, sob forma do estrangulamento económico e ameaças à integridade do espaço colonial, desiste de algumas condições que tinha colocado. A 12 de Junho decreta, não o fim da exportação de volfrâmio para a Alemanha mas o encerramento geral das minas e o fim da exportação do minério para todos os países.

1944

25/05 - Realiza-se o II Congresso da União Nacional. Na abertura do congresso, Salazar apresenta a política de «preparação nacional para o pós-guerra».

06/06 - Dia D ou a Invasão da Europa por forças aliadas.

28/11 - Portugal e os Estados Unidos assinam um acordo de concessão de facilidades militares nos Açores, que será mantido secreto.

1945

30/04 - Hitler suicida-se no bunker da Chancelaria de Berlim.

03/05 - O governo de Salazar decreta luto oficial de três dias pela morte de Hitler.

07/05 - As tropas alemãs capitulam em Reims, capitulação confirmada a 08 de Maio em Berlim.

19/05 - Manifestação de apoio ao Estado Novo, a Salazar e ao presidente Carmona, organizada pelas câmaras municipais e governos civis dos distritos.

06 e 09/08 - O presidente americano Harry Truman ordena o lançamento de bombas atómicas sobre Hiroxima e Nagasáqui.

17/08 - Os japoneses autorizam que o governador português volte a exercer o seu cargo em Timor mas mantêm as suas tropas que acabam por se retirar a 05 de Setembro. A rendição acabou por ser feita a uma delegação australiana e a administração do território voltou para as mãos dos portugueses a 27 de Setembro de 1945.

02/09 - O Japão assina o acto de capitulação e termina a Segunda Guerra Mundial.»


Fonte: SOL


15 setembro 2009

Cartoons - Segunda Guerra Mundial

Itália
Cartazes referentes á libertação de Roma e ao desembarque de Anzio


França

Cartoons referindo a queda da França em 1940, o progresso aliado em 1944 e as relações Britânicas e Francesas durante a guerra



Portugal
Portugal vende Volfrâmio á Alemanha

Alemanha
Desenhos mostrando a máquina de propaganda alemã, bem como o efeito que bombardeamentos tiveram na indústria alemã e na sua moral.




Pearl Harbor
Cartoon mostra os ataques contra os Estados Unidos, e previsão de vingança sobre os japoneses e os alemães.



A Guerra no Ar

Carttons demonstrando os sucessos da RAF



A Guerra no Mar

Ilustração mostrando o uso de comboios pra proteger os barcos do atlântico pelos aliados



Guerra Aliada

Cartoons sobre os Aliados, que mostra a cooperação entre Grã-Bretanha, a União Soviética e os Estados Unidos, o novo otimismo após a destituição de Mussolini, e as vitórias soviéticas na Finlândia



Vitórias

Cartoons referindo-se as vitórias alemão no início da guerra, a vitória dos Aliados em Berlim e no Extremo Oriente.



O Holocasto

Esta caricatura foi publicada no final da guerra na Europa, quando a dimensão do Holocausto foi se tornando aparente.


Propaganda

Cartoons referindo-se a ataques bem sucedidos da RAF contra a Alemanha, Goebbels tenta dar notícias positivas durante os combates contra os soviéticos e a descoberta do túmulo do soldado polonês que havia sido morto pelo Exército Vermelho.



Churchill
O velho Leão











Hitler








Mussolini





Fonte: The National Library of Wales