23 abril 2009

Óscar Monteiro Torres

Óscar Monteiro Torres nasceu na cidade de Luanda, em Angola, em 26 de Março de 1889. Entra, com 11 anos, para o Colégio Militar em Lisboa, e depois frequentou a Escola do Exército até 1909, onde termina o curso de Cavalaria.Em 1910, presta serviço militar em Angola.

Republicano convicto, defendeu a intervenção de Portugal na Primeira Guerra Mundial . Esta posição política obriga-o a viajar para Inglaterra, de onde será chamado pelo então coronel Norton de Matos, em 1915. Integrando o destacamento aéreo, Torres é um dos organizadores da Escola de Aviação de Vila Nova da Rainha. Em Fevereiro de 1916, acompanhado por António Maya e Alberto Lello Portela, recebeu formação de voo em Hendon, na Grã-Bretanha. Passou depois à Escola Northold do Royal Flying Corps, onde prestou provas como piloto militar. Realizou 25 horas de voo e obteve a classificação final de 20 valores.

Depois de tirar o brevet em Inglaterra, este oficial de Cavalaria foi um dos aviadores do Corpo Expedicionário Português enviados para França durante a Primeira Guerra Mundial. Integrado na Esquadrilha SPA 65, ou Esquadrilha das Cegonhas, equipada com aviões SPAD VII e, com base em Soissons, o capitão Óscar Monteiro Torres acabou por ser abatido a 19 de Novembro de 1917 depois de ter travado um combate aéreo em circunstâncias de extrema desigualdade de forças: o piloto português ainda conseguiu abater dois Halberstadt alemães mas a seguir já nada pôde fazer contra a esquadrilha de Fokker, que o atingiu.

Acabou por falecer no dia seguinte, a 20 de Novembro de 1917, no Hospital de Militar de Laon, no norte de França. Inicialmente sepultado pelos alemães, com honras militares, no cemitério de Laon, teve depois funeral nacional a 22 de Junho de 1930.

Até hoje, foi o primeiro, e único, aviador português a morrer em combate.

Os seus restos repousam no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Foi condecorado, a título póstumo, com a Legião de Honra e Cruz de Guerra francesas, e Medalha da Cruz de Guerra e Torre e Espada de Portugal.


«O Sr. Tenente Monteiro Torres, chefe da 1ª missão de Aviação que sahiu de Portugal em Janeiro d'este anno, depois de ter feito, junto do "Royal Flying Corps", a aprendizagem de piloto, passou ao serviço da aviação de caça. Para isso frequentou as escolas francezas da especialidade, das quaes acaba de sahir, com excellentes classifienções, nomeadamente das escolas de acrobacia de Pau e de Cazaux. A convite de Guynemer (ás da aviação aliada), vae entrar na sua esquadrilha.»


Duelo entre Cristovam Aires de Magalhães e Óscar Monteiro Torres


Cristóvão Aires de Magalhães foi um ilustre militar, jornalista e escritor. Óscar Monteiro Torres foi o primeiro piloto brevetado em Portugal e herói da guerra em França. Estavam em desacordo quanto à participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, Monteiro Torres era a favor da participação e Aires de Magalhães era partidário da neutralidade.


Homenagem a Óscar Monteiro Torres


Na imagem o presidente da República António José de Almeida, dando a direita à viúva e à filha do aviador, e acompanhado pelo chefe do Governo Maia Pinto, pelo ministro da Guerra Freitas Soares e por oficiais da Escola Militar de Aviação. Óscar Monteiro Torres foi o primeiro aviador militar português morto em combate em França, durante a Primeira Guerra Mundial.






Bibliografia:


CARDOSO, Edgar Pereira da Costa – História da Força Aérea Portuguesa, Ed. Cromocolor, Lisboa, s/d

Redacção Quidnovi, com coordenação de José Hermano Saraiva, História de Portugal, Dicionário de Personalidades, Volume XX, Ed. QN-Edição e Conteúdos, S.A., 2004
(em wikipedia.org)

Revista, Portugal na Guerra, 1917, Paris 15 Setembro de 1917, Anno 1º, Nº 3
(em arquivo municipal de Lisboa)

Ilustração Portuguesa, 1921, 3 de Dezembro, p.428

Ilustração Portuguesa, 1915, 28 de Junho, p.831

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