«O Piolho Soldado»
«O piolho é um amigo
Que na paz ou no perigo
Acompanha o soldado
A morder a gente sente
Que ele morde contente
Para ser alimentado.
Lá no campo de batalha,
Entre a fúria da metralha
O piolho é um achado
Nas costuras da camisa
N'uma linha estabelecida }bis
Do pescoço até ao rabo }bis
Quando há algum combate }bis
Também assiste ao ataque, }bis
Lá na sua posição
E na lucta corpo a corpo }
O piolho vae ser morto } bis
Ao golpe d'um alemão }
Há piolho francez.
Há piolho inglez,
Há piolho alemão;
Há piolho italiano
Há piolho americano
Eu tenho a convicção.[...]
O piolho assentou praça,
Povoou a sua raça } bis
No corpo dos mobilizados;
E então ele hoje em França
Vae enchendo a sua pança } bis
Com sangue dos soldados
O piolho lá na frente
Acompanha toda a gente,[...].
É deveras um guerreiro [...]
Quando sente o alemão
Ferra logo o seu ferrão
E põe alerta o seu dono.
Põe alerta a Divisão
Põe alerta o Capitão
E põe alerta o Major;
Põe alerta oficiaes
Põe alerta generaes
E o seu Estado Maior [...]»
«O piolho é um amigo
Que na paz ou no perigo
Acompanha o soldado
A morder a gente sente
Que ele morde contente
Para ser alimentado.
Lá no campo de batalha,
Entre a fúria da metralha
O piolho é um achado
Nas costuras da camisa
N'uma linha estabelecida }bis
Do pescoço até ao rabo }bis
Quando há algum combate }bis
Também assiste ao ataque, }bis
Lá na sua posição
E na lucta corpo a corpo }
O piolho vae ser morto } bis
Ao golpe d'um alemão }
Há piolho francez.
Há piolho inglez,
Há piolho alemão;
Há piolho italiano
Há piolho americano
Eu tenho a convicção.[...]
O piolho assentou praça,
Povoou a sua raça } bis
No corpo dos mobilizados;
E então ele hoje em França
Vae enchendo a sua pança } bis
Com sangue dos soldados
O piolho lá na frente
Acompanha toda a gente,[...].
É deveras um guerreiro [...]
Quando sente o alemão
Ferra logo o seu ferrão
E põe alerta o seu dono.
Põe alerta a Divisão
Põe alerta o Capitão
E põe alerta o Major;
Põe alerta oficiaes
Põe alerta generaes
E o seu Estado Maior [...]»
(musica cantada no C.E.P (Corpo Expedicionário Português) retratando a omnipresença dos piolhos nos nossos soldados na Flandres)
«O 'Ganga' nas trinchas»
«Meus amigos, esta vida
P'ra quem lida
Com fogo noite e dia
É uma espiga Quer por cima, quer por baixo
Temos que estar de vigia!
Se a gente desanima
N'uma carga de morteiros,
Então adeus ó vindima
Cahe-nos toda a tralha em cima
De pesados e ligeiros!
Vem um morteiro
E faz 'paz'
Logo a malta olha para o ar!
E depois 'paz'
Dar aos butes para cavar!
Por isso eu digo
Ao meu amigo
Qu'este 'assistema' é muito forte
É preparar para cavar
E assim escapar
Á negra morte![...]
Dá-se um pulo
E 'zaá'
Salta-se logo á trincheira
E depois se faz
O raid d'esta maneira!»
«O 'Ganga' nas trinchas»
«Meus amigos, esta vida
P'ra quem lida
Com fogo noite e dia
É uma espiga Quer por cima, quer por baixo
Temos que estar de vigia!
Se a gente desanima
N'uma carga de morteiros,
Então adeus ó vindima
Cahe-nos toda a tralha em cima
De pesados e ligeiros!
Vem um morteiro
E faz 'paz'
Logo a malta olha para o ar!
E depois 'paz'
Dar aos butes para cavar!
Por isso eu digo
Ao meu amigo
Qu'este 'assistema' é muito forte
É preparar para cavar
E assim escapar
Á negra morte![...]
Dá-se um pulo
E 'zaá'
Salta-se logo á trincheira
E depois se faz
O raid d'esta maneira!»
(poema, cantado e declamado na frente pelos soldados do CEP em momentos de maior acalmia e a salvo, infatizando o ataque de morteiros)
«A Granada»
«Ai que cagaço
Que estardalhaço
Quando no espaço
A oiço silvar
Zzz
É a granada
Que estuporada
E em ser esp'rada
Nos faz cavar
Pum!
Ai que se me arreganha...»
Que estardalhaço
Quando no espaço
A oiço silvar
Zzz
É a granada
Que estuporada
E em ser esp'rada
Nos faz cavar
Pum!
Ai que se me arreganha...»
(canção na moda entre os entrincheirados, infatizando as granadas)
Fonte: Das Trincheiras com Saudade, Isabel Pestana Marques
Fonte: Das Trincheiras com Saudade, Isabel Pestana Marques
Um comentário:
Para estas coisas é como te disse! Tem que ser vistas com calma.
Continua. Gosto especialmente das coisas mais relacionadas com a nossa terra, e quê... Os "relatos da avó"! ;)
Beijinhos
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